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Campanha Contra o Extermínio da Juventude Negra

Campanha Contra o Extermínio da Juventude Negra

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Dia de Mobilização Contra o Extermínio

CAMPANHA NAC. CONTRA O EXTERMÍNIO DA JUV. NEGRA

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Quando tratamos da questão da violência, constatamos que o Estado brasileiro atua de forma inversa, ou seja, ao invés de garantir a segurança, figura como agente da opressão. Essas contradições e ambigüidades estão presentes na sociedade e se repetem no dispositivo corretivo; tentando corrigir a violência, ele se transforma, muitas vezes, em agravante da violência. É freqüente, por exemplo, que a aplicação das penas ultrapasse os atos cometidos em situações onde os que estão em julgamento são os(as) já excluídos socialmente. Desta forma, não é raro negros (as) e pobres, ficarem expostos (as) a penalidades maiores. Pode-se então afirmar que o aumento da violência contra a população negra está diretamente relacionada à desigualdade socioeconômica, à cultura da violência e do medo, veiculada pelos meios de comunicação. O papel das polícias, no exercício do seu poder, através dos séculos, caracterizaram-se como instrumento do poder constituído a serviço das classes dominantes, um fator de defesa do Estado muito mais que do(a) cidadão(a), uma forma de conter os conflitos sociais dentro dos limites estabelecidos pelos interesses das elites do que garantir o efetivo cumprimento da lei. A juventude negra reivindica a prevenção social do crime e das violências, a paz que queremos é uma paz sem medo, sem privilégios, acompanhada de justiça e condições dignas para a sobrevivência de todos os povos nesse país. (...) Não apenas as balas nos preocupam, mas a falta de atendimento nos prontos socorros que tem nos levado à mutilação e à morte por doenças que poderiam ser evitadas se tratadas adequadamente. A falta de educação que nos condena a uma participação desqualificada das questões de nossos interesses. A falta de acesso aos bens e serviços culturais, o crime de ódio religioso praticado abertamente pelas igrejas neo-pentecostais contra as religiões de matriz africana. O racismo e as diferenças sociais, aliados a violência urbana, institucional e doméstica, atingem frontalmente a juventude negra, que se encontra cerceada e exposta as mazelas sociais. A necessidade em criar políticas de ações afirmativas para enfrentar a grande desigualdade étnico-racial, resultado de séculos de escravismo e o processo atual de preconceitos e estereótipos raciais que ratifica diariamente atitudes discriminatórias; são algumas das alternativas frente a essa dura realidade: Criar Câmaras Técnicas para diagnosticar, elaborar e avaliar a promoção das Políticas de Segurança na área em questão; Estabelecimento de competências, por parte do governo federal, para apurar e reparar os crimes de extermínio no Estado Brasileiro; Garantia de realização de pesquisas sobre os índices de violência contra a população negra; Incentivar a educação para o respeito à questão racial com o objetivo de criar uma cultura de não violência; são algumas das alternativas apontadas e recomendadas pela juventude negra brasileira[1]. A juventude negra nos últimos anos passa por um novo processo de organização que já começa a dar resultados, constatados na realização do I Encontro Nacional de Juventude Negra - ENJUNE que reuniu, na cidade de Lauro de Freitas na Bahia, cerca de 1000 jovens negros(as) de diversos estados advindos de processo regional e estadual, para discutir novas perspectivas na militância étnico-racial. Na I Conferência Nacional de Juventude organizada pelo Governo Federal em maio de 2008 em Brasília, a juventude negra em articulação com os movimentos sociais, aprovou a 1ª prioridade desta Conferência, que o relatório do ENJUNE seja referência para implementação de Políticas Públicas de Juventude, “reconhecimento e aplicação, pelo poder público, transformando em políticas públicas de juventude as resoluções do 1º Encontro Nacional de Juventude Negra (ENJUNE), priorizando as mesmas como diretrizes étnico-raciais de/para/com as juventudes”[2], foi a proposta mais votada da Conferência com 634 votos, num universo de 2000 delegados(as) credenciados(as).

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